Durante a novena de Senhora Sant’Ana, padroeira de Iguatu, uma cena chamou atenção e surpreendeu os fiéis presentes: o prefeito Roberto Filho e o deputado estadual Agenor Neto, historicamente rivais na política local, foram vistos sentados lado a lado e chegaram a se cumprimentar.
O gesto, raro e simbólico, ocorre num contexto em que a política de Iguatu vive um dos momentos mais tensos das últimas décadas.
Em muitos municípios, políticos adversários deixam as diferenças de lado após as eleições e se unem em prol da cidade. Mas não em Iguatu. Há mais de 20 anos, os grupos se tratam como inimigos, e não como adversários. Obras são travadas, projetos são desvalorizados e o progresso muitas vezes é freado por disputas de poder.
Hoje, Roberto Filho governa sob efeito de uma liminar, após ter sua chapa cassada pela Justiça Eleitoral. Enquanto aguarda o julgamento final, rumores nos bastidores apontam que Agenor Neto articula para que novas eleições sejam convocadas e seu filho, Ilo Neto, volte a disputar o cargo de prefeito — cargo que ele já tentou conquistar nas últimas três eleições, sem sucesso.
O encontro entre os dois líderes na igreja pode ser visto por alguns como um gesto de civilidade ou respeito religioso, mas para muitos, levanta questionamentos: seria uma tentativa de apaziguamento ou um ensaio de estratégia política com vistas às eleições de 2026?
Enquanto isso, o povo de Iguatu continua pagando o preço de uma política marcada pela rivalidade e pela falta de cooperação. Uma cidade com potencial, mas que segue emperrada por disputas que parecem não ter fim.
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