O Policial Militar Geraldo Ferreira da Silva Júnior foi oficialmente tornado réu pelo Tribunal de Justiça do Ceará sob acusação de homicídio contra seu ex-namorado, Luís Bezerra de Oliveira. O crime ocorreu em dezembro de 2023, em Iguatu. A vítima, de 29 anos, trabalhava como designer de sobrancelhas.
De acordo com familiares, Luís e Geraldo mantiveram um relacionamento por mais de dois anos, marcado por conflitos. No dia do ocorrido, câmeras de segurança registraram o momento em que Luís pulou o muro da residência do policial. Pouco depois, ele foi morto com nove tiros, cinco deles disparados pelas costas.
Geraldo Ferreira não foi preso em flagrante, pois se apresentou às autoridades após o crime. Em depoimento, alegou que agiu em legítima defesa, afirmando que Luís o atacou com uma faca e ameaçou sua vida. No entanto, o Ministério Público questiona essa versão, destacando que os laudos periciais sugerem uso excessivo de força letal. Segundo o MP, a localização das lesões indica que Luís pode ter sido alvejado após estar caído ou incapaz de reagir.
A Polícia Militar do Ceará informou que Geraldo está atualmente afastado do patrulhamento e desempenha apenas funções administrativas. Paralelamente, a Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública instaurou um processo disciplinar que segue em andamento.
Em entrevista, o policial reafirmou que os disparos foram feitos em reação a uma ameaça iminente. “Foi instintivo. Tudo aconteceu em poucos segundos”, justificou. Ele também revelou que já vinha sofrendo ameaças e agressões anteriores por parte do ex-companheiro.
Por outro lado, Marciana Oliveira, irmã de Luís, nega que seu irmão representasse qualquer perigo e pede justiça. “Ele não era bandido, era trabalhador”, afirmou.
O caso segue na Justiça e pode ter novos desdobramentos nos próximos meses.
