O último fim de semana foi marcado por uma visita emocionante em Iguatu. Direto de Springville, Nova York (EUA), o americano Steve Reiner desembarcou no município acompanhado dos primos Jeffrey e Daniel Reiner, com um único objetivo: ver de perto o legado deixado pelo pai, o engenheiro civil Rafael — ou Ralf — Reiner, que atuou na cidade no início da década de 1960.
A história foi acompanhada e registrada pelo jornalista Honório Barbosa, em uma reportagem especial no seu canal no YouTube. O grupo percorreu imóveis e estruturas ainda de pé, construídos com a técnica inovadora da época: o pré-moldado em concreto. Uma das casas visitadas — preservada com grande fidelidade ao projeto original — foi construída pelo próprio Rafael Reiner, e hoje pertence ao senhor Douglas, que gentilmente abriu as portas para a visita.
O projeto, considerado moderno demais para a época no interior do Ceará, envolveu também a construção de grupos escolares e pavilhões. Ainda é possível encontrar estruturas remanescentes na Vila Baú, nas Cajazeiras e na comunidade da Canafístula, além de uma escola que funcionava na pracinha Floriano Peixoto, em frente à antena da Rádio Sul FM.

Segundo relatos, todo o processo de construção foi viabilizado com a ajuda do empresário iguatuense Valdeci Ferreira, que à época acompanhou o engenheiro Rafael até Fortaleza para comprar chapas de aço e montar as formas que permitiriam a concretagem das peças pré-moldadas. “Foi uma amizade que gerou frutos que permanecem até hoje”, disse Valdeci.
Durante a visita, Steve compartilhou a emoção de conhecer, décadas depois, o trabalho que seu pai deixou em solo cearense. “Era um sonho antigo da nossa família. Ver essas construções ainda em pé e conversar com pessoas que conheceram meu pai é algo muito especial”, contou.
Entre as curiosidades reveladas na reportagem de Honório Barbosa, está o fato de que, por serem feitas em concreto moldado, as casas tinham limitações para adaptações. Moradores relatam dificuldades simples, como fixar armadores de rede nas paredes.

A visita, para além de um reencontro com a história, foi também um momento de reencontro entre culturas e gerações. Um verdadeiro resgate de memória que reforça como o passado pode permanecer vivo através da arquitetura, das amizades e do afeto.