Iguatu: uma cidade à deriva

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O Descanso das Autoridades e o Sofrimento dos Moradores: Uma Cidade à Deriva

Em um cenário que mais parece saído de uma realidade que ninguém quer encarar, os bairros Altiplano e Cajueiro, em nossa cidade, refletem o abandono, o descaso e a falta de compromisso com aqueles que mais precisam. Imagens que chegaram à nossa redação são chocantes: moradores ilhados em suas próprias casas, ruas completamente destruídas pelas obras inacabadas e a força da água que, impiedosamente, termina o que o descaso começou.

Uma rotina de abandono
Essas cenas não são de agora. Há anos, essas comunidades enfrentam problemas que parecem eternos. E o que é feito para mudar essa realidade? Nada. A resposta é um silêncio ensurdecedor das autoridades, que deveriam zelar pela dignidade e segurança da população. O sofrimento diário de famílias inteiras tem sido ignorado, transformando bairros em verdadeiros campos de batalha contra a natureza e a negligência.

Obras inacabadas, vidas interrompidas
Os vídeos que circulam são testemunhos de uma gestão que falhou. Calçamentos arrancados, água invadindo casas, ruas intransitáveis. São crianças que não podem ir à escola, trabalhadores que não conseguem sair para garantir o sustento, idosos e pessoas com deficiência trancados em suas casas, reféns de uma situação desumana. É revoltante perceber que o ciclo de abandono parece nunca terminar.

Cadê as autoridades?
O clamor dos moradores não encontra eco nas salas refrigeradas onde decisões são tomadas – ou deveriam ser. As obras, tão amplamente divulgadas em suas inaugurações, ficaram pelo caminho, como promessas esquecidas. E quem deveria fiscalizar? Quem deveria cobrar e garantir que as ações acontecessem? Permanecem ausentes. Não há fiscalização, não há cobrança, não há indignação por parte de quem deveria representar o povo.

2025 será diferente?
Agora, a esperança – ainda que tímida – recai sobre a próxima gestão. Mas a pergunta que não cala é: será que o próximo governo vai enfrentar esses problemas de frente ou simplesmente fingir que eles não existem, como tantos fizeram antes? Será que esses moradores terão que esperar mais quatro anos por uma solução?

Uma cobrança necessária
A população não pode mais ser vítima da incompetência e da apatia. Chega de desculpas, chega de promessas vazias. É hora de ação. É hora de olhar para esses bairros e ver mais do que números ou votos; é hora de ver pessoas. Pessoas que têm o direito de viver com dignidade, que merecem ruas transitáveis, segurança e respeito.

Que as imagens que chegaram à nossa redação sejam vistas por todos – não como um espetáculo de horror, mas como um grito por justiça. Porque enquanto uns descansam, outros sofrem. E isso precisa acabar.